Fechamento de indústrias e empresas: reflexo da crise política econômica brasileira
Todos já sabem que o Brasil vem passando por um momento difícil em vários cenários, incluindo o industrial. Você, empreendedor, entende: não é fácil manter tudo funcionando. Para uma noção geral, apenas nos primeiros cinco meses de 2019, somente o Estado de São Paulo, registrou o fechamento de 2.325 indústrias de transformação e extrativas. Preocupando muitos profissionais do ramo, o número é o mais alto para o período na última década e 12% maior que o do ano passado, segundo a Junta Comercial. E não é só isso que está dando dor de cabeça, já que em relação ao comércio e serviço os números também são altos. Nos quatro anos de crise, 61,7 mil lojas fecharam as portas no país, o que corresponde a uma queda de 3,9% no período.
Para você, leitor, entender um pouco mais da profundidade e seriedade da situação, entre 2014 e 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acumulou queda de 4,2%, enquanto o da indústria de transformação em todo o País caiu 14,4%. Com essa queda, podemos ver o quanto a produção encolheu e, com isso, empresas provavelmente fecharam suas portas, gerando impacto na economia com as demissões e arrecadações.
Com toda essa revisão da área econômica feita pelo Ministério da Economia recentemente, onde há previsão de recuo de mais de 2% para 1,24%, o otimismo do empresariado começou a cair para o fundo do poço, e isso preocupa em muito. Afinal, ninguém gostaria de ver todo o esforço descer pelo ralo. Desde que o novo governo assumiu, não temos nenhuma resposta e nem reação do mercado favorável às mudanças ou mesmo iniciativas de mudanças. É de se imaginar que dar conta de uma empresa inteira em uma circunstância como essa é, realmente, assustador. Iniciou-se o ano com a expectativa muito grande em relação a mudança do direcionamento econômico e macroeconômico, além de todas as questões de reformas. Mas até então não vislumbramos nada de concreto.
Um dos principais motivos do fechamento das empresas é a crise político financeira, fazendo com que haja uma falta grande de caixa e, consequentemente, a falta de investimentos. O empresário brasileiro não consegue honrar com suas contas, e quando o problema de caixa perdura por muito tempo, acabam fechando. Reduz os pontos de vendas e a indústria passa a ser afetada também.
Hoje é muito comum filiais, pontos de vendas e de distribuição de grandes indústrias estarem fechando. Isso acontece justamente por não conseguir girar a ponta da venda. Com um custo fixo, e não tendo resposta do consumo, acaba se tornando muito oneroso. Por outro lado, também existe a oportunidade. Ao mesmo tempo que as empresas estão saindo com suas estruturas fixas de vendas dessas regiões, abre-se a oportunidade de ter representantes ou pequenas empresas cuidando dessas regiões, ganhando sob comissões, sendo remunerados somente quando efetua-se a venda.
Imaginava-se que, com a mudança de governo, as empresas brasileiras ascenderiam e se desenvolveriam muito mais do que o esperado. No entanto ainda não foi sentida nenhuma mudança, ainda sem uma agenda positiva. Precisamos gerar empregos. O governo hoje trabalha os pilares estruturais, que são importantes, no entanto ainda está esquecendo da demanda, que é essencial para a vida das empresas brasileiras.